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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Igreja e Política

o texto a seguir deve expressar a opinião e o sentimento de nós, presbiterianos independentes no setor p-sul. leiam, reflitam, pois cremos haver necessidade urgente de uma igreja cristã mais crítica, mais capaz de denunciar o pecado e assim anunciar de forma eficaz a salvação em cristo jesus. salvação esta que transforma nossa realidade agora, nossa forma de pensar e viver, hoje!


Rev. Jean Douglas Gonçalves

Pastor da 1ª IPI do Distrito Federal

Temos assistido estarrecidos as denúncias de corrupção no governo do Distrito Federal. Infelizmente, nem tão surpresos, permanecemos numa revolta resignada. Lembro-me que em 2006, por ocasião da proximidade das eleições distritais, um dos deputados citados no esquema de corrupção, buscou-nos para angariar o apoio da igreja. Foi nesse período que o conselho elaborou um manifesto de posicionamento político, registrando e publicando-o à nossa comunidade, nos seguintes termos:

“Considerando:

a) Que a Igreja não deve se alienar do processo político em que vive a sociedade;

b) Que a Igreja deve ser consciente e conscientizadora do papel que exerce, enquanto povo e agente do Reino de Deus na sociedade;

c) Que embora não nos alienemos, temos compreensão dos limites que separam a Igreja e o Estado;

d) Que a inserção de candidatos evangélicos no cenário político tem crescido acentuadamente;

e) Que a Igreja Evangélica tem sido achincalhada e, sua imagem denegrida, pela incoerência entre o discurso e a prática dos políticos ditos evangélicos;

f) Que em períodos eleitorais a 1ª IPI do DF é procurada por candidatos que buscam seu apoio.

Propomos uma manifesto público de posicionamento político da 1ª IPI do DF:

A Primeira Igreja Presbiteriana Independente do Distrito Federal embora não seja avessa ao processo político corrente em nosso país, vem publicamente manifestar que não concede apoio nominal a nenhum candidato. Permitindo, no entanto, que estes, apresentem ao conselho da igreja suas propostas e/ou plataforma política para a apreciação. Uma vez apreciada e aprovada pelo conselho, o candidato tem a liberdade de, não com o apoio, mas com a permissão deste, afixar no quadro de avisos da igreja uma carta de no máximo duas laudas que contemple sua apresentação pessoal e política. Assim, entendemos cooperar com o momento político do país, não nos alienando de tal processo; mas também permitindo que os membros da igreja exerçam seu dever de cidadania com liberdade, sem coerção ou manipulação, antes apelando às suas próprias convicções”.

Hoje, percebemos o quanto tal decisão foi oportuna. A partir de então, após o comunicado, não mais fomos procurados, talvez por que falte a muitos políticos uma proposta a ser apresentada. Também oportuna e atual é a lembrança do discurso de Rui Barbosa em 1914 aos políticos nacionais:

“A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação (...). A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”

E, embora, diante de um cenário tão estarrecedor, a resignação não é uma postura coerente para a igreja de Cristo. A cultura do Evangelho é, nesse sentido, subversiva. Precisamos de atitudes.

Precisamos politizar nossas orações. Orar sim pelo desempregado, mas também para que Deus mude o modelo econômico que gera desemprego. Deus chama intercessores que estejam preocupados com a situação política, social e econômica do país. “Os seus príncipes no meio dela são como lobos que arrebatam a presa para derramarem o sangue, para destruírem as almas, e ganharem lucro desonesto (...). Contra o povo da terra praticam extorsão, andam roubando, fazem violência ao aflito e ao necessitado, e ao estrangeiro oprimem sem razão. Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei.” (Ezequiel 22. 27, 29-30)

A Bíblia nos recomenda a intercessão política: “Antes, de tudo, pois exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda a piedade e respeito.” (1 Tm. 2: 1-2)

Precisamos nos conscientizar da responsabilidade de ir às urnas. Cada cristão deve conscientizar-se de que vivemos numa democracia. Votamos para que outros nos representem junto aos poderes públicos. Ao ir às urnas devemos ter consciência clara de nossa responsabilidade como agente de transformações. Devemos votar com responsabilidade: analisar a competência do candidato, suas qualificações, se sua história pública demonstra credibilidade, se não está envolvido em falcatruas... Não devemos votar porque simplesmente é nosso conhecido, amigo, vizinho, ou porque “irmão vota em irmão”.

Precisamos de engajamento de verdadeiros cristãos na política. Deus vocaciona seu povo para todos os segmentos da sociedade, inclusive o político. Há um chamado à vocação política de alguns, inclusive nas Escrituras: “Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor, defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas.” (Isaías 1:17). Por isso, ao votar precisamos considerar se o candidato que se diz evangélico, preza pelo Evangelho; se sua liderança é exercida através do serviço e o mais importante, se possui vocação política comprovada e uma agenda política apropriada.

Novamente estamos nos preparando para ir às urnas. Como país estamos amadurecendo no exercício democrático de votar. E como igreja estamos nos conscientizando de nossa responsabilidade. Já erramos o suficiente para aprender. Não nos permitamos a novos erros!

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