“Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos”. Filipenses 4.4
A carta de Paulo aos Filipenses é considerada a carta da alegria. Não que ele esteja num momento muito feliz, pelo contrário. Ele está preso em Roma (provavelmente entre 55-61 d.C), e sabendo de que a sua situação não é boa. Sua vida corria perigo! Mas Paulo mesmo assim se Alegra no Senhor, e por vários motivos?
- Os irmãos de Filipos se dispuseram compartilhar com Paulo de suas posses para suprir suas necessidades, participando, assim, de seus sofrimentos (Fp. 4.10);
- Se alegrava, portanto, por ver Deus suprir suas necessidades em meio a tribulação (4.11-13 e 19-20).
- Se alegrava em Jesus Cristo, seu Salvador, e na Sua cruz, coroa e segunda vinda, e nisto Paulo se gloriava (Fp. 2. 5-11; 3.20-21; 4.5).
- Se alegrava pelo fato de ver outros sendo salvos e sua vida ser o instrumento de Deus para a realização e tal obra (Fp 1.6; 2. 17-18; 4.1).
Paulo, enfim, se alegrava em meio à tribulação não porque as circunstâncias eram favoráveis, e tudo lhe ia bem, mas, em meio a sofrimento e solidão, ele se alegrava nos irmãos, auxiliares de seu ministério (Fp 4.1-10). Por isto Paulo pode exortar aos Filipenses que se alegrarem no Senhor, pois ele mesmo sabia que a alegria cristã não é um sentimento dependente de circunstâncias, e assim volátil. O cristão não “está alegre”, ele é alegre. Afinal, a alegria é uma das virtudes da nova vida que o Espírito Santo nos traz (Gl 5.22).
E precisamos ter claro uma coisa muito importante: esta alegria é no Senhor! E este Senhor é Jesus Cristo Ressurreto! Ou seja, Paulo não é e nem estimula ninguém ao sadomasoquismo (causar sofrimento próprio ou dos outros para ter prazer). Paulo tem consciência que sem Jesus o sofrimento seria insuportável; a esperança sumiria como a névoa quando tocada pela da força dos raios de sol; e a vida passaria demoradamente com muita tristeza e dor. Em Jesus Cristo, porém, a esperança é viva, o amor verdadeiro, e a presença de Deus verdadeira em sua vida e na vida de seus irmãos! Por isto ele os chama para a alegria, ao invés da tristeza que os conflitos e a ansiedade do dia-a-dia nos trazem!
Paulo, com isto, procura combater os falsos mestres que não criam na ressurreição de Jesus, e cujo ensino tentava tirar a alegria dos irmãos de Filipos tinham no Senhor (Fp. 3.1-20). Com a Palavra de Paulo os irmãos desta Igreja são levados a se lembrarem da Palavra de Salvação; do testemunho de Paulo sobre Jesus Cristo e Sua obra de salvação; e assim se alegrarem no Senhor na comunhão dos Santos, para que possam enfrentar os perigos que se aproximam com força e perseverança!
E da mesma forma com que Paulo conclama aos irmãos de Filipos faço eu o convite a vocês: alegrem-se no Senhor, outra vez vos digo: alegrem-se! Não importa qual seja sua situação, ela não é o fim. Não importam as lutas, os conflitos, as dores, estes não são a motivação de sua alegria, e, creia, Deus suprirá suas necessidades, todas! Convido você a ter a mesma esperança que Habacuque teve no Senhor, o qual, mesmo olhando para uma terra destruída e desolada, pode cantar com fé: Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas (Hc 3.17-19).
Cleber B. Gouveia, pr.
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